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A dramática corrida do salmão

Ambiental

A corrida do salmão é um acontecimento dramático, mas extraordinário da natureza, que ocorre no norte da América, Europa e Ásia. Quando este peixe atinge sua maturidade sexual, retorna do mar ao rio onde nasceu para completar seu ciclo de vida, ou seja, desovar e morrer.

Este ciclo acontece assim: ele nasce em algum rio do norte, permanece na água doce nos dois ou três primeiros anos de vida e vai para o mar para passar sua fase adulta, que pode variar entre um e cinco anos, dependendo da espécie. Ao atingir maturidade sexual, conduzido por seu sentido apurado de olfato, volta ao rio onde nasceu, muitas vezes na exata localização, para procriar e morrer. Somente alguns salmões do Atlântico conseguem reproduzir mais de uma vez.

Os salmões desempenham um papel importantíssimo no ecossistema, transferindo nutrientes do oceano, rico em nitrogênio, enxofre, carbono e fósforo para as florestas, pois ao migrarem rio acima, atraem diversos predadores como ursos, lontras, lobos e águias e estes, ao se alimentarem desses peixes nos leitos dos rios, transferem seus nutrientes para a mata. O urso, por exemplo, não come o peixe por completo. Prefere as ovas, olhos e pele devido a maior concentração de proteína e os restos são deixados até quinhentos metros mata adentro, por onde caminham. A imagem das centenas de peixes mortos ao lado dos rios a princípio é chocante, parecendo que houve contaminação nas águas, mas é assim mesmo, todos aqueles milhares de peixes que subiram para desovar, que não foram capturados por predadores, após desovarem, rapidamente começam a se deteriorar e irão morrer. Todos! Simplesmente incrível.

No estado canadense Columbia Britânica vimos os primeiros salmões na Rearguard Falls. Neste lugar chegam apenas os mais fortes, pois precisam nadar rio acima 1.300 quilômetros, enfrentando predadores, corredeiras e muitas quedas d’água. No estado americano de Idaho, para se ter uma ideia precisa do que esses peixes enfrentam, encontra-se salmões 1.400 quilômetros rio acima em um desnível de 2.100 metros, ou seja, eles literalmente escalam as cachoeiras. Registros mostram que saltos de salmões para fora d´água ultrapassaram 3,5 metros de altura. Pode? Mas mesmo que bons saltadores, dificilmente conseguem passar os maiores obstáculos na primeira vez. Nós vimos muitos saltarem e darem com suas caras na pedra, voltando para a parte baixa da cachoeira.

Além deste lugar na Columbia Britânica, vimos os salmões em grandes quantidades em Hayder e Haines, Alasca, EUA.

Para o ser humano o salmão também pode fazer um papel importante em sua alimentação, já que possui bastante proteína, alta concentração de ômega-3 e vitamina D.

Apesar da grande quantidade de salmões que migraram para os rios este ano, algumas espécies estão seriamente em perigo ou ameaçadas. As razões são: destruição de seu habitat, construção de hidroelétricas, pesca excessiva, dentre outras. “Em perigo” significa que eles estão prestes a serem extintos e “ameaçados” quer dizer que estão prestes a se tornar “em perigo”. Então a situação deles é delicada.

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