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Matrioshka e Cheburashka

Educacional

Quando você pensa em Rússia, o que vem à sua mente?

Matrioshka

Matrioshka está entre as cinco palavras mais associadas à Rússia. É um conjunto de bonecas tradicionais russas (normalmente sete), feitas em madeira, do maior tamanho para o menor. Cada uma se divide ao meio para que dentro dela caiba uma boneca menor.

Eis o que diz a lenda:

“Era uma vez um virtuoso carpinteiro russo chamado Serguei, que ganhava a vida talhando belos objetos de madeira: instrumentos musicais, brinquedos… Todas as semanas, ele enfrentava o frio do bosque para buscar madeira e assim construir novos objetos. Uma certa manhã ao sair para recolher a madeira, ele encontrou o campo todo coberto de uma grossa capa de neve. À noite havia sido difícil. Ele rezou. Toda a madeira que ele encontrava no caminho estava úmida e só lhe servia para fazer fogo.

Abatido pelo cansaço, ele decidiu retornar à sua casa e tentar a sorte no dia seguinte. Quando ele estava dando meia volta, lhe chamou a atenção um tronco de madeira esplêndido, o mais belo que ele havia visto em sua vida. Rápido como um raio, ele retornou ao seu estúdio, porém vários dias se passaram até ele decidir o que talhar. Finalmente, decidiu fazer uma preciosa boneca.

Era tão bonita, que decidiu não vendê-la para lhe fazer companhia. “Você se chamará Matrioshka” disse ele à inerte figura. Cada manhã, ao levantar-se ele falava com sua companheira. “Bom dia, Matrioshka”. Um dia, ela lhe respondeu: “Bom dia Serguei”. O carpinteiro se surpreendeu, porém ao invés de sentir medo ele se sentiu feliz por ter alguém com quem conversar.

Com o tempo, o carpinteiro percebeu que Matrioshka estava triste e lhe perguntou o que estava acontecendo. Ela lhe respondeu que via que todo mundo tinha um filho ou filha e ela desejava ter um. “Terei que te abrir e isso será doloroso” – respondeu Serguei. E ela disse: “Na vida, as coisas importantes requerem um pequeno sacrifício”. E sem pensar duas vezes ele talhou uma réplica, menor e lhe chamou de Trioshka. Ela já não se sentia mais sozinha.

O instinto maternal se apoderou também de Trioshka e Serguei concordou que esta também teria um filho, se chamaria Oshka. Mas Oshka também queria um descendente. O carpinteiro contou que dessa vez a madeira poderia originar uma boneca má. Oshka não desistiu. Após pensar, ele talhou um boneco, bem pequeno e com bigode e lhe batizou de Ka. E o colocou em frente ao espelho e disse: “Você é um homem, não pode ter filhos!”

Então colocou Ka dentro de Oshka. A Oshka dentro da Trioshka e a Triohska dentro da Matrioshka. Um dia, misteriosamente, Matrioshka desapareceu com toda sua família dentro. Serguei ficou desolado.”

Diferentemente do que muitos pensam, a Matrioshka não possui origem russa. Foi inventada há 125 anos, nas proximidades de Moscou, mas supõe-se que a sua origem seja japonesa, inspirada no sábio Fukurama, que podia ser dividido ao meio e continha dentro de si um outro exemplar idêntico, que continha outro menor e assim sucessivamente.

O boneco japonês foi trazido para a Rússia por Elizaveta Mamontova, esposa de um industrial e este objeto estrangeiro inspirou a pintura em madeira de uma menina camponesa de vestido, avental e lenço na cabeça pelo pintor Sergei Malyutin, que trabalhava em uma oficina de artesanato no povoado de Abramtsevo. Foi na Exposição Mundial de Artes de 1900, em Paris, que a Matrioshka ganhou popularidade e reconhecimento. As primeiras eram compostas apenas por três bonecas femininas representando avó, mãe e filha e uma última que variava entre um bebê, uma boneca masculina ou uma miniatura igual as anteriores. Fizeram tanto sucesso que dali em diante elas passaram a ser populares em outras cidades russas e posteriormente em toda a Europa e mundo.

O nome Matrioshka vem de Matriona, um dos nomes mais populares na Rússia no passado. Deriva da palavra em latim “mater”, que significa mãe e por isso ela virou símbolo de maternidade e fertilidade. O fato das bonecas mais pequenas saírem do interior das maiores simboliza o ato da mãe dar luz à filha; a filha à outra filha e assim sucessivamente, como a continuidade da vida. Cada Matrioshka é única, assim como cada pessoa.

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Cheburashka

O Cheburashka não é tão conhecido assim. Nós nunca havíamos escutado falar dele, até que um Russo nos presenteou um boneco em São Petersburgo. Mas na Rússia ele é um ícone que marcou muitas crianças.

Ele era o personagem principal de um livro de literatura infantil da antiga União Soviética, criado por Eduard Uspensky em 1966. Três anos mais tarde o livro virou um filme e não demorou para que o pequeno urso com orelhas de macaco se tornasse o favorito das crianças de toda a comunidade soviética. Até hoje adultos e crianças o tem como mascote nacional. Sua história se espalhou também para a Suécia e Estônia, e o mais interessante: assim como a ideia das Matrioshkas veio do Japão, a história do Cheburashka foi levada para lá, onde sua popularidade é maior até que em seu país de origem.

Cheburashka vivia numa floresta tropical e um dia se deparou com uma caixa de laranjas. Depois de comer muitas, dormiu na caixa, que foi entregue num supermercado na Rússia. Quando o gerente abriu a caixa, encontrou essa criatura estranha que malmente ficava sentado, pois suas pernas estavam dormentes de tanto tempo que ficou na caixa. O comerciante o chamou de “Cheburashka”, que significa tombado em russo coloquial. Cheburashka fez amizade com o crocodilo Gena, que trabalhava no zoológico e a partir daí a história se desenrola. Para quem quer conhecer um pouco mais do Cheburashka, segue um pequeno vídeo:

O Cheburashka original era amigo do crocodilo Gena, já o nosso, virou o grande parceiro do Pato Donald, mascote e parceiro de nossas duas voltas ao mundo.

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