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Diário de Bordo 64 – Brasil: Roraima e Amazonas

Diário de Bordo

(13/10/2009 a 02/11/2009)

Brasil, meu Brasil brasileiro!

Como descrever nossas emoções ao voltar ao Brasil depois de 960 dias em terras estrangeiras. Se não podemos descrever, podemos pelo menos garantir que o coração batia muito forte e nosso sorriso ia de orelha a orelha. Nossa curiosidade para voltar ao Brasil era muito grande, pois depois de termos conhecido tanto deste mundão, despertou-nos muito mais interesse de desbravar o nosso próprio país.

Nossa chegada ocorreu pelo estado de Roraima, o qual é o mais jovem, mais isolado e menos povoado estado do Brasil. No começo os únicos habitantes dessas terras eram os índios, porém, com a descoberta de ouro e diamantes, muitos garimpeiros vieram para a região. Com uma grande quantidade de pessoas e de riquezas, Boa Vista (capital do estado de Roraima e única capital brasileira situada ao norte da Linha do Equador) começou a crescer. Ouvimos dizer que o aeroporto da cidade chegou a ser um dos três mais movimentados do Brasil (devido ao garimpo), junto com Rio de Janeiro e São Paulo. Se antes o garimpo foi importante, atualmente o que mais atrai as pessoas para a cidade é o fato de Boa Vista ser um lugar de oportunidades, com muitos empregos gerados por concursos públicos e espaço para qualquer tipo de negócio.

Quem nos recebeu em Boa Vista foi o grande amigo Ricardo Loureiro, o Louras, que conhecemos na primeira passagem de nossa viagem pela Venezuela, durante o Venezuela Off-Road & Adventure Festival 2007. Através dele, tivemos a oportunidade de conhecer os jipeiros do Jeep Clube de Roraima, sendo a Retífica Central o maior ponto de encontro desse pessoal, onde além de rolar muita conversa e churrasco, rola um trabalho pesado por parte do Elmer e do Seu Pedro na construção de um super 4×4, digno do nome: Crocodilo.

Através do amigão Paulo (PV8-DX), conhecemos também o pessoal do Clube dos Rádio Amadores, que no assunto são verdadeiramente ativos, se comunicando com o mundo todo. Fora os rádios, as antenas, o tambaqui também fez sucesso, preparado na casa do Edinho e da Andressa. Isso sem falar do banho no igarapé (riacho) de água cristalina que passa pelo jardim da casa deles.

Os dias na capital roraimense passaram muito rápido e a hora de partir chegou. Esse cantinho norte do Brasil nos deixará saudades, mas se esse ditado for verdade: “Quem bebe d’água do Rio Branco volta para Boa Vista” … com certeza um dia iremos voltar.

Pé na estrada, agora rumo a Manaus pela BR-174. Quanto mais ao sul, mais a savana dava lugar a maior floresta tropical do planeta: a Amazônia. Chegando na capital, nos deparamos com uma cidade enorme localizada à margem esquerda do Rio Negro, onde residem atualmente 1,73 milhão de pessoas. Para estimular o desenvolvimento da região, esta foi transformada numa Zona Franca, a qual tornou-se um grande Pólo Industrial com um dos maiores PIB do país.

Rui Tiradentes foi quem nos deu todo o apoio nessa metrópole e ele conseguiu um lugarzinho para acamparmos junto aos carros usados na Concessionária da Mitsubishi. Não foi fácil de encarar o calorzão de 40 graus na cidade e como o sol nascia cedo, sem sombra, nosso carro esquentava muito e o jeito era levantar com os primeiros raios de sol e ir buscar abrigo no centro da cidade. Nessas idas e vindas desbravamos muitas coisas como: o centro histórico com o Teatro do Amazonas e o Mercado Municipal Adolpho Lisboa, ambos um produto das riquezas geradas pelo auge da borracha; o porto às margens do rio Negro; as praças cheias de vida e de locais disputando um lugar na sombra; o INPA – Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, onde visitamos um pequeno museu de curiosidades amazônicas e onde pudemos ver de perto os peixes-boi; e ainda participamos uma noite do Boi Manaus, festival que celebrou os 340 anos da cidade, puro carnaval manauense.

Mas o que queríamos mesmo em Manaus era desbravar a Amazônia, porém, estávamos um pouco desanimados devido aos altos preços cobrados pelas agências de turismo. Aí, com a indicação do Rui (nosso amigo) conhecemos Elen e Ribamar, do Ariaú Amazon Towers. Quando eles nos perguntaram o que queríamos e começaram a explanar sobre sua empresa, nós todos pensamos: “O que estamos fazendo aqui!”…  pois pela qualidade de seu trabalho, considerávamos aquilo impossível para nossos bolsos. Mas conversa vai, conversa vem e essa história terminou quando fomos gentilmente convidados para passar cinco dias no Ariaú Amazon Towers.

Esse hotel, que se encontra há cerca de uma hora e meia de barco subindo o Rio Negro, foi um dos pioneiros no meio da selva amazônica. Parte de sua história começou em 1982, quando o oceanógrafo Jacques Cousteau, em sua expedição pela Amazônia, fez uma declaração que soou mais como uma premonição: “Hoje, o mundo está ciente sobre guerras nucleares, mas essa ameaça irá desaparecer. A guerra do futuro será entre aqueles que defendem a natureza e aqueles que a destroem. A Amazônia estará no topo das discussões. Cientistas, políticos e artistas irão vir aqui para ver o que está sendo feito pela floresta”. Francisco Ritta Bernardinho deu ouvido as palavras de Cousteau e em 1986 começou a construir um pequeno hotel no meio da floresta, o qual transformou-se num grande complexo com cerca de 360 acomodações construídas sobre palafitas que já hospedaram celebridades de todo o mundo.

Além de toda essa estrutura, o hotel nos ofereceu uma série de excursões pelas matas e rios. Como a época de chuvas ainda não chegou (começa em dezembro), os rios estavam em seus níveis mais baixos e todo o hotel estava fora d’água. Mesmo assim, o meio de transporte para todos os passeios não foi outro a não ser um barco. Pescamos piranha, que nos rendeu uma bela sopa; observamos diversos pássaros; caminhamos pela mata aprendendo um pouco sobre a fauna e flora, como algumas plantas medicinais e aonde encontramos comida, gorós, utilizados para a sobrevivência na selva; visitamos uma vila local e aprendemos um pouco como era extraída e produzida a borracha; visitamos a casa do caboclo Francisco, o qual nos mostrou o processo da mandioca e nos preparou uma tapioca com castanha-do-pará de lamber os dedos; fizemos focagem de jacaré; visitamos uma vila indígena, na qual os meninos, para tornarem-se adultos, devem colocar a mão numa ‘luva’ cheia de formigas venenosas e agüentar a dor sem chorar; fomos para uma praia de areias brancas e finas as margens do Rio Negro; e, para fechar com chave de ouro, nadamos com os botos-cor-de-rosa, sendo 10 ou 15, que foi uma experiência indescritível. Somos muito gratos a Elen e Ribamar, que nesses 5 dias, nos deram a oportunidade de mostrar que o Brasil não perde em nada para nenhum dos 60 países que visitamos nessa viagem.

Antes de termos ido para o Ariaú, já tínhamos antecipado alguns contatos, pois planejávamos descer de balsa o Rio Amazonas até Santarém. E com a ajuda do Rogério (Juca), que é natural de Rio Negrinho, conseguimos organizar tudo sem nenhuma dificuldade. Nosso carro embarcou no dia posterior a nossa chegada do meio da selva, o que nos deu tempo somente para assistir mais um espetáculo da Orquestra Filarmônica de Manaus.

A balsa que pegamos costuma subir o Rio Amazonas de Santarém a Manaus, carregando aproximadamente 200 cabeças de gado e em sua volta, para ajudar a cobrir os custos do retorno, carregam qualquer coisa, desde carros, ferro ou qualquer outro tipo de mercadoria. No sábado ao meio-dia, depois de um suador danado para colocar 11 carros e mais algumas toneladas de mercadorias na balsa, deixamos Manaus rumo a Santarém – Pará. Nosso carro entrou na estica e a traseira ficou alguns centímetros para fora do casco do barco. Podíamos apenas acessar nossa casa sobre rodas pela frente (cabine), porém a porta traseira tornou-se um camarote, de onde assistíamos o espetáculo do Rio Amazonas com toda a sua vida. Lá foi o lugar perfeito para apreciar o famoso “Encontro das Águas”, quando as águas escuras do Rio Negro juntam-se com as águas barrentas do Rio Solimões. Neste encontro, os dois rios correm lado a lado, sem misturar-se, por mais de 18km. Esse fenômeno ocorre devido à diferença das temperaturas, densidades e correntezas das águas dos dois rios. Enquanto o Rio Negro corre cerca de 2km/h a uma temperatura de 28°C, o Rio Solimões corre de 4 a 6km/h a uma temperatura de 22°C.

A viagem levou 42h, navegando numa média de 15km/h. Nossa tripulação foi muito gente boa e também tivemos a companhia de 12 animados nordestinos, vendedores ambulantes, que rodam pelo Brasil vendendo artesanatos de sua região. Quem aparecia de vez em quando eram os botos e também alguns pequenos barcos de pescadores. Dentre os peixes que estes locais vendiam, vimos o filé de um pirarucu, mas somente o filé, do tamanho de um cobertor, que pesava mais de 20 kg.

Ainda dentro da balsa, deixamos o estado Amazonas e entramos no Pará, com nosso próximo destino Santarém, Alter do Chão e em seguida um pedaço da BR 230, a famosa Transamazônica! E isto ficará para nosso próximo diário..

 

 Algumas Curiosidades da Amazônia:

 – Área total (grande Amazônia): 7.584.421km2 (inclui os países: Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Guiana e Suriname). O Brasil possui 60% do total.

 – Amazônia Legal: 5.217.423km2 (inclui nove estados brasileiros: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do estado do Maranhão).

 – A Amazônia representa 7% da superfície total do planeta.

 – Estima-se no mundo um total de 19 milhões de km2 de florestas tropicais. A Amazônia possui 3.650.000km2 de florestas contínuas, a maior do mundo.

 – A Amazônia possui 11.000km de fronteiras internacionais.

 – Existem diversos tipos de mata entre os quais sobressaem as matas de terra firme, a várzea e os igapós.

 – 78% dos solos de terra-firme são ácidos e de baixa fertilidade natural, contendo apenas uma fina camada de nutrientes.

 – Apresenta temperatura média de 26ºC e umidade relativa do ar acima de 90% durante todo o ano.

 – A quantidade anual de chuva na bacia amazônica é de 15 trilhões de m3.

 – Dessa quantidade, 50% a floresta utiliza para a sobrevivência, 25% é diretamente evaporada e 25% é escoada pelos rios.

 – Estudos recente mostram que a quantidade de carbono seqüestrado pela floresta é significativa e, portanto, a Amazônia deve ser interpretada como um filtro ecológico, pois reduz a quantidade de CO2 na atmosfera.

 – A Amazônia abriga cerca de 50% da biodiversidade mundial.

– Número de espécies de insetos: 2,5 milhões

– Número de espécies de pássaros e mamíferos: 2.000

– Número de espécies de plantas: no mínimo 40.000

– Número de espécies de peixe: 3.000

– Número de espécies de invertebrados: 128.843 somente no Brasil

 – As últimas estimativas são que as florestas pluviais do mundo podem ter até 30 milhões de espécies de insetos.

 – Em uma única árvore da Amazônia foram encontradas mais de 80 diferentes  espécies de formigas, o que representa o dobro das espécies de formigas existentes na Grã-Bretanha.

 – Os grandes insetos da Amazônia:

– maior besouro: 22cm

– maior mosca: 5cm

– maior percevejo: 12cm

– maior libélula: 15cm

– maior mariposa: 30cm

– maior cigarra: 9cm

– maior vespa: 7cm.

 – As cerca de 3.000 espécies de peixe na Amazônia, representam 85% da América do Sul e 15% das águas continentais.

 – Estudos de pesca no estado do Amazonas mostram que apenas 36 das espécies são exploradas. 90% da pesca é representada nas 18 espécies, mas 61% é apenas de quatro espécies: tambaqui (18%), jaraquis (32%), curinatã (11%) e pacus (5%).

 – A dificuldade para a entrada de luz pela abundância de copas faz com que a vegetação rasteira seja muito escassa na Amazônia, bem como os animais que habitam o solo e precisam desta vegetação. A maior parte da fauna amazônica é composta de animais que habitam as copas das árvores, entre 30 e 50 metros. Não existem animais de grande porte, como nas savanas.

 – A flora do Estado apresenta uma grande variedade de vegetais medicinais, dos quais destacam-se andiroba, copaíba e aroeira. São inúmeras as frutas regionais e entre as mais consumidas e comercializadas estão: guaraná, açaí, cupuaçu, castanha-do-brasil (castanha-do-pará), camu-camu, pupunha, tucumã, buriti e taperebá.

 – O rio Amazonas tem uma extensão de 6.868km, sendo considerado o mais longo do mundo, assim como em volume d’água. Possui também a maior bacia hidrográfica com 7 milhões de km².

 – O volume de água na foz do rio Amazonas é de 100 a 300m3 por segundo, dependendo da época do ano. Considerando uma vazão media de 200m3 por segundo e o consumo de um indivíduo 100 litros de água/dia, uma cidade de dois milhões de habitantes seria suprida por apenas um segundo do rio.

 – Diz-se que a água ainda é doce mesmo a quilômetros de distância da costa e que a salinidade do oceano é bem mais baixa que o normal 150 km mar adentro.

 – A quantidade de água do rio Amazonas representa cerca de 17% de toda a água doce líquida do planeta.

 – A profundidade média é de 40 a 50m, podendo atingir até 100m, próximo ao município de Óbidos.

 – Ao longo de seu percurso,  maior rio do mundo recebe os nomes Tunguragua, Marañón, Apurímac, Ucayali, Solimões e finalmente Amazonas.

 – O efeito das marés (pororoca) pode ser percebido  até mais de 1.000km de distância do mar.

 – Rios cristalinos tendem a ter maior concentração de animais do que rios escuros, mas eles têm também mais mosquitos e vegetação mais densa, dificultando ver animais.

 – Rios sobem numa média de 10m na época chuvosa.

 – Na Amazônia, encontram-se os dois maiores arquipélagos fluviais do mundo em quantidade de ilhas, Mariuá com 1200, e Anavilhanas com 400, ambos situados no Rio Negro.

 – Cerca de 20 milhões de pessoas vivem na Amazônia, apresentando densidade demográfica de cerca de 4hab/km2.

 – 62% vive na zona urbana e 38% na zona rural.

 – No estado do Amazonas são descritas 64 etnias, contando com 120.000 indígenas nas aldeias e cerca de 50.000 indígenas desaldeiados (30 mil só em Manaus e arredores). Porém, no mínimo, 53 grupos ainda hoje nunca tiveram nenhum contato com a “civilização”.

 – Em média, durante todo o ano, o caboclo do interior usa 3,2horas/dia para a agricultura e  5,1horas/dia para o extrativismo (caça, pesca, coleta…).

 – Calcula-se na Amazônia um área total desmatada de cerca de 660 mil km2, ou seja 17% da floresta original (somente 2% no estado do Amazonas). Na década de 80, em Rondônia, a taxa de desmatamento foi da ordem de 35 mil km2 por ano, equivalente a um campo de futebol (1 hectare) por 5 segundos.

 – A maioria dos desmatamentos ocorre para proporcionar terras para pastagens e plantação de soja.

 – Existem na Amazônia Legal 286 Unidades de Conservação (classificadas como de uso direto e indireto), com cerca de cem milhões de hectares, representando 19% da área total. Outros 110 milhões de hectares são reservados para as Terras Indígenas, 21% da Amazônia. Assim, cerca de  40% da região esta contemplada como Áreas Protegidas.

Alguns dos animais que vimos:

 

Onça: a onça-pintada, também conhecida como jaguar, é um símbolo da fauna brasileira. Diferencialmente do leopardo, suas manchas são mais dispersas e numa roseta maior, tendo algumas delas pontos pretos no meio. Sua cabeça é proporcionalmente maior que o corpo. Um exemplar adulto alcança até 2,60m de comprimento e 70cm de altura, pode chegar a pesar 115kg e necessita 2kg de alimento por dia. Seu habitat preferido são as florestas, porém pode ser encontrada em planícies pantanosas e savanas, principalmente na beira d’água onde estão suas presas preferidas (antas, capivaras, tamanduás, macacos, jacarés e até sucuris). Suas patas curtas não são boas para longas corridas, mas lhe proporcionam grande força. Enquanto os outros grandes felinos matam suas vítimas mordendo-as no pescoço, a onça ataca diretamente na cervical ou no crânio, pois possui as mandíbulas mais fortes de todos os felinos e a segunda mais forte dos carnívoros terrestres, sendo capaz de perfurar até o casco de uma tartaruga.

Capivara: encontrada em bandos na beira de rios e lagos é o maior de todos os roedores vegetarianos do mundo. Alimenta-se de capins e ervas, podendo pesar até 80kg. É uma excelente nadadora, tendo inclusive pés com pequenas membranas. Ela se reproduz na água e a usa como defesa, escondendo-se de seus predadores. Se não fosse por sua grande capacidade reprodutiva, estariam ameaçadas de extinção.

Peixe-boi: o peixe-boi da Amazônia é o menor dos peixes-boi existentes no mundo, com seu corpo arredondado alcançando um comprimento de até 3m e pesando até 450kg. Seu couro cinza é extremamente grosso, resistente e a maioria dos indivíduos possuem uma mancha branca na região ventral. Essa característica, juntamente com a ausência de unhas nas nadadeiras peitorais, ajuda a distingui-lo do peixe-boi marinho e do africano. São animais envergonhados e de hábitos solitários, raramente vistos em grupo fora da época de acasalamento. Alimentam-se de vegetações aquáticas e podem consumir até 10% do seu peso por dia. Nos seus mergulhos normais ficam de 1 a 5 minutos debaixo da água, mas quando em repouso, podem permanecer até 25 minutos submersos sem respirar. Os caboclos identificam nele 3 diferentes sabores de carne: bife, porco e peixe.

Boto vermelho: depois da expedição de Jacques Cousteau para a Amazônia, esse cetáceo foi erroneamente chamado de golfinho cor-de-rosa, porém ele é um boto e conhecido pelos ribeirinhos como boto vermelho. Acredita-se que os primeiros exemplares vieram do mar e devido a grande abundância de peixes adaptaram-se ao rio. Os machos podem atingir até 2,5m de comprimento e pesar 180kg, enquanto as fêmeas atingem até 2m e 100kg de peso. Apresentam um longo rosto, olhos pequenos e uma testa saliente. Os filhotes nascem cinzas e tornam-se rosados com a idade. Seus hábitos são diurnos e possuem um sofisticado sistema de radar, o qual os guia em águas com baixa visibilidade. São extremamente dóceis e aproximam-se facilmente do homem.

Macaco do cheiro: espécie de pequenos macacos diurnos, medindo cerca de 30cm de comprimento e natural da região amazônica. São frutívoros e insetívoros, também comendo moluscos e pequenos vertebrados. Obtêm a maioria da água nos alimentos e também obterão água em buracos de árvores e poças no solo. As interações sociais são centradas ao redor de um grupo de fêmeas dominantes, sendo os jovens cuidados por outras fêmeas além da mãe. Bandos podem ser de 12 a100 indivíduos, mas ocasionalmente chegam a 500. O macaco-de-cheiro prefere viver em coberturas de altura média em relação ao solo, mas ocasionalmente irá ao chão ou subirá em alturas maiores. Se em perigo, berra um grito agudo.

Bicho preguiça: animal de porte médio (de 3,5 a 6kg), corpo curto com membros compridos e dedos (dois ou três dependendo da espécie) com garras longas propícias para pendurar-se nos galhos das árvores. Sua pelagem comprida possui coloração cinza tracejada de branco ou marrom-ferrugem, podendo ter manchas claras ou escuras, proporcionando-lhe uma ótima camuflagem. O pêlo cresce em sentido diferente dos demais mamíferos, do ventre em direção ao dorso, devido ao fato da preguiça passar quase o tempo todo de cabeça para baixo. Possuem 8 a 9 vértebras cervicais, o que lhes possibilita girar a cabeça 270° sem mover o corpo. Alimenta-se dos frutos da Cecropia, conhecida como árvore-da-preguiça. Seus dentes em forma de uma pequena serra não possuem esmalte e estão sempre crescendo devido ao contínuo desgaste. Seus movimentos são sempre muito lentos e costumam dormir cerca de 14 horas por dia, de onde originou-se o seu nome. Apesar de lentas em terra, as preguiças são excelentes nadadoras. Na reprodução dá apenas uma cria e apenas a fêmea cuida do filhote. Raramente desce ao chão, apenas aproximadamente a cada sete dias para fazer as suas necessidades fisiológicas. O seu principal predador é a onça-pintada.

Álbum: Brasil_Roraima

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Álbum: Brasil_Amazonas

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