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Diário de Bordo 6 – Peru 2

Diário de Bordo

(13/03/2007 a 23/03/2007)

Bem vindos ao Império Inca…

No dia em que chegamos a Cusco, aproveitamos para relaxar e tomamos umas cervejas em um barzinho agitado da cidade, o Mama África. Fomos até entrevistados por uma TV local referente uma votação via NET para colocar Machu Picchu no ponto mais alto das 7 Maravilhas do Mundo Moderno…

Bom, Cusco que fora considerada a Capital do Império Inca, hoje quase não se apresenta desta forma, pois no século XVI foi invadida pelos espanhóis, os quais a deixaram com estilo totalmente europeu. Mesmo tendo passado por sangrentas revoluções, Cusco é uma cidade encantadora e cheia de histórias para contar.

Dia 16, 6hs da manhã, esperávamos o ônibus que nos conduziria ao KM 82, onde se inicia a caminhada Inca que leva a Machu Picchu! Somente depois do almoço nosso grupo (4 argentinos, 2 holandeses, 1 japonês, 2 brasileiros e mais a equipe com o guia e os porteadores) iniciou a caminhada. No primeiro dia tudo era festa, caminhada light de +/- 4 horas, visitas a várias ruínas Incas e uma boa janta para depois descansar em nosso acampamento, que estava a 2500 de altitude ao nível do mar.

E foi essa altitude de 2500m que o grupo perdeu de vista para no segundo dia subir, pela trilha Inca, até 4215m e depois ainda baixar até os 3500m onde seria nosso segundo acampamento. Foram poucos 12 km para os 1715 metros de subida e mais os 715 metros de descida com muita chuva e frio! O que motiva a todos a caminhar por esta exaustiva trilha são os diversos templos, pueblos, bases militares, calçadas, escadas, etc… que se conservam muito bem desde aquela época em que os Incas existiam… sem contar a maravilhosa paisagem que possui aqueles altos morros e que por vezes, os seus cumes estão cobertos de neve.

No terceiro dia foram mais uns 11km, porém nosso ponto mais alto foi somente 3900m. Mas o que pegou neste dia foi a descida, que nos levou a 2500m de altitude. E esta baixada era através de uma escada, com degraus altos e irregulares, que faziam com que sentíssemos nos joelhos cada quilo de equipamento que tínhamos em nossas mochilas. Também, neste dia, fomos contemplados com a bela paisagem e com as histórias das ruínas que estão pelo caminho!

Os Incas, verdadeiros guerreiros da pedra, tinham como ideologia a Trilogia Inca, a qual estava sempre representada por três degraus em sua arquitetura. Cada degrau mencionava um mundo e era figurado por um animal: O mundo dos mortos = Serpente (representava a inteligência humana); o mundo atual = Puma (representava a força e o espírito de cada pessoa) e o Mundo dos Deuses = Condor (que representava a Paz e é o mensageiro que carrega os espíritos mortos desta vida para a vida dos Deuses).

Em todos os dias levantávamos muito cedo para iniciar a caminhada, mas foi no quarto dia que às 4 horas da manhã chacoalharam nossa barraca para que em pouco tempo estivéssemos na trilha, com o objetivo de chegar ao amanhecer no Portal do Sol, que é um Templo Inca situado muito alto e de onde se pode ver Machu Picchu por completo.

Que impressionante é esta visão e que emoção é visitar a cidade perdida Machu Picchu! Intacta como se fosse a 1000 anos atrás e rodeada por uma paisagem de tirar o fôlego, Machu Picchu foi descoberta por Hiram Bingham no dia 28 de junho de 1911 e está assim preservada pois não fora descoberta pelos espanhóis na época das revoluções em Cusco!!! Não é pra menos aquela entrevista lá no Mama-Africa, a qual relatamos no começo deste diário…

Há duas teorias sobre o porque da construção de Machu Picchu. A primeira supõe que a cidade seria um Monastério para as Mulheres, pois foram encontrados mais fosseis femininos que masculinos… ; a segunda relata que seria uma Universidade, pois existem muitos templos e poucas habitações. É em Machupicchu que se encontra o maior templo astronômico do Império Inca.  Acredita-se que na época das revoluções, a cidade fora abandonada pelos Incas, que após esconder a cidade com vegetação, fugiram para a selva. Somente em 1915 é que foi descoberto todo o Caminho Inca.

Bom, dali baixamos mais uns 4 kms e em Águas Calientes pegamos o trem que nos trouxe de volta a Cusco!

Já no outro dia, quando rumávamos para Nasca, fomos surpreendidos por um desabamento na estrada, o qual teve que ser dinamitado para que pudéssemos passar! Durante as seis horas de espera, aproveitamos para fazer uma faxina no Lobo da Estrada…

Nasca é outra cidade que deixa saudades! Em um vôo de 35 minutos, com um Cessna para 4 lugares, sobrevoamos algumas das 2000 linhas e 500 figuras feitas de uma forma extremamente simples (arredando as pedras e deixando um solo mais claro visível), mas que se conservam desde a época Pré-Inca, a mais de 2200 anos atrás. Fascinante!!! As linhas são retas perfeitas, segundo os pesquisadores e a maior chega até 25 km de extensão; e as figuras, que são desenhos de macaco, condor, puma, astronauta, flor, arvore, mão, baleia, pássaros, etc… variam em torno dos 60 metros de comprimento. Uns dizem que estas civilizações queriam se comunicar com extraterrestres através dos desenhos e outros, que era uma espécie de calendário astronômico possuindo uma relação com as constelações.

Para finalizar este diário, chegamos ontem em Parakas, ao Oceano Pacífico e já tivemos a oportunidade de fotografar alguns majestosos Pelicanos…

Álbum: Peru 2

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