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Diário de Bordo 23 – Singapura e Malásia 1

Diário de Bordo

(23/10/2007 a 10/11/2007)

Foi ótima a sensação de chegar em um país como este, que por sinal, com 692,7 km², é apenas um pouquinho maior que o território de nossa cidade de São Bento do Sul…

…Singapura é uma ilha situada abaixo da Malásia e é um pais extremamente jovem, pois conseguiu sua independência recentemente, no ano de 1965.

Singapura, que também pode ser escrito Cingapura, tem sua forma de governo república parlamentarista e é um país totalmente urbano, tendo 0% de participação agrícola. Mas, desde a sua independência, pode se dizer que sua economia tem crescido fortemente, com índices invejáveis de 8,5% ao ano (PIB). Sua moeda é o Dolar de Singapura (U$ 1 = S$ 1,6) e seus idiomas oficiais são Malaio, Inglês, Mandarim e Tamil, pois a ocupação do país é representada por 76,7% de chineses; 14% de malai-singapureanos; 7,9% de indianos e 1,4% de outras nações, como ingleses e australianos.

Em nossa chegada, através do Aeroporto de Singapura, sentimos que estávamos pisando em chão extremamente moderno. O aeroporto dá um baile em qualquer um que já visitamos, nos aspectos de limpeza, arquitetura, tamanho, funcionalidade, informação, tecnologia, etc… tudo funciona muito bem. Aliás, além de ser o mais movimentado de toda Ásia, é um dos mais movimentados de todo o mundo.

Quando pegamos o metrô para irmos ao centro da cidade, a tecnologia na emissão da passagem nos mostrou a diferença, mas foi mesmo dentro do metrô que nos sentimos naqueles filmes futuristas, onde todos os olhinhos puxados estavam com seus celulares de última geração, escutando música, jogando, tirando foto, etc…

Ficamos 3 noites em um alojamento na “Little India”, bairro que te faz sentir definitivamente na Índia, pois tudo, mas tudo mesmo é indiano. São inúmeros quarteirões com restaurantes, lojas, feiras, templos e tudo mais, arquitetado e decorado no estilo indiano, sem contar que todos que por lá perambulam, são indianos legítimos ou descendentes. Tivemos a oportunidade de comer a comida típica deles, que é famosa por ser picante, servida em uma folha de bananeira ao invés de prato, muito arroz e acompanhamentos, e detalhe, se come sem talheres e sem palitos asiáticos… ou seja, com a mão direita e só! E só com a mão direita, pois a esquerda… sua função é, nananana, após as necessidades.

Igualmente a essa Índia dentro da “Little India”, pudemos ver a Arábia dentro do “Bairro Árabe” e a China, dentro da “China Town”. No Bairro Árabe, o que se destacou foram as lojas de tapetes e tecidos, e na China Town o que nos encantou, foi o templo Budista, que foi inaugurado recentemente e sua construção custou nada menos que S$ 62.000.000,00. Mas não é pra menos, pois em seu penúltimo andar, abaixo da Pagoda, tem um Buda totalmente em ouro e parte desse ouro é o dente real do legítimo Buda.

Os malaios dizem que Singapura é o país das multas, e aparentemente é essa a realidade mesmo. O país possui leis rígidas a seus cidadãos, onde jogar lixo na rua, infringir qualquer lei de trânsito… é multa braba. E pelo jeito isso faz a diferença, pois lá tudo funciona muito bem e a cidade é muito limpa. Pudemos até presenciar uma cena interessante. Quando um táxi tinha invadido em +/- um metro a faixa de pedestres, chegou outro carro ao lado e tirou uma foto do taxi… e percebemos que o taxista ficou maluco com isso. Imaginamos que a razão da foto teria sido para denunciá-lo pela infração.

Seria como se não tivéssemos ido a Singapura se não tivéssemos passado um dia no Zoológico da cidade/país. Foi um dia de criança na boa companhia de Myriam e Mathias, os alemães que havíamos conhecido lá na Nova Zelândia e que vínhamos mantendo contato para nos encontrar em Singapura. Vimos de tudo!!! Inúmeros tipos de macacos, antílopes, leões, girafas, zebras, crocodilos, cangurus, pumas, tartarugas gigantes, cobras, javalis, tapir, elefantes, pingüins, rinocerontes, hipopótamos, onças… e, que mataram a pau mesmo, foram os tigres brancos de bengala, o dragão de komodo, o show de mergulho do urso polar, a palhaçada dos orangotangos e o beijo da leoa marinha. E esse último, deu o que falar… rolou até ciúmes, hehehe.

E já era hora de seguirmos para a Malásia, onde na segunda-feira reencontraríamos nosso carro, o qual já nos aguardava em Port Kelang, cidade satélite de Kuala Lampur (capital). Mas como ainda tínhamos o sábado e o domingo de folga, visitamos Melaka, que se situa ao sul da Malásia e que é recheada de história devido as colonizações portuguesas, que foram tomadas pelos holandeses, os quais foram expulsos pelos ingleses, que foram invadidos pelos japoneses… que então se tornou independente. Eita história interessante!

A Malásia é um país do sudeste asiático que compreende dois territórios bem distintos: a parte sul da Península Malaia com suas ilhas adjacentes e a parte norte da Ilha de Bornéu. Desta vez, como definitivamente não é possível ver tudo, percorremos somente a parte peninsular, que está ligada ao sul com Singapura e ao norte com a Tailândia.

Já em Kuala Lampur, capital e maior cidade do país, ficamos alguns dias para acertar todos os detalhes na retirada do carro do porto, bem como visitar alguns pontos de interesse da cidade. Kuala Lampur é linda, especialmente quando vista do andar 41 (único andar autorizado para visitas) de um dos prédios mais altos do mundo. Vendo o prédio de fora, vemos que estes 41 andares não fazem nem cócegas nos mais de 450m de altura das torres e nos seus 88 andares. A Petronas Twin Towers, assim chamada por sediar sua estrutura para a companhia petrolífera do país, a Petronas, foi reconhecida, em 1996, como a construção mais alta do mundo. O recorde foi mantido até final de 2003, quando este foi ultrapassado pela torre Taipei na China.

Colocamos esta imagem abaixo para que possam ver as atuais maiores construções do mundo (em preto) e o que está por vir em Dubai (em vermelho) nos próximos anos… esse vem não só pra arranhar o céu, mas pra fazer um talho!!!

 

Nosso próximo destino foi o Taman Negara National Park e para chegar lá, tivemos que trocar o Lobo por um barco a motor e subir cerca de 3 horas pelo Rio Tembeling. Este parque nacional protege 4.343km2 da densa floresta tropical Malaia e é um dos habitats de um dos ecossistemas mais complexos e ricos do mundo. A Malásia, como um todo, hospeda em torno de 15.000 espécies de plantas e árvores, 600 espécies de pássaros e 210 espécies de mamíferos, entre eles os elefantes asiáticos, os tigres asiáticos e os rinocerontes de Sumatra.

Fizemos uma caminhada de umas 4 horas pela floresta e acabamos sendo atacados por sanguessugas. Foi até divertido arrancar elas de nossas pernas e onde elas nos pegavam, não parava mais de sangrar tamanho os buracos que deixaram em nossa pele. Vimos também alguns outros animais, porém para vê-los melhor, indicam-se caminhadas noturnas ou mesmo caminhadas maiores pelo meio da selva, o que evitamos devido ao custo e a falta de tempo para isso. Mas já temos planejado, para nossa volta a Malásia, que é de onde despacharemos nosso carro para Índia, uma excursão por outra parte da floresta Taman Negara em direção as lindas plantações de chá no Cameron Highlands.

A vinda das monções, ou seja, chuvas intensas, nos fez subir mais rápido toda a costa leste da Malásia até Kota Bharu, onde aguardaríamos a vinda, via correio, do nosso Carnet de Passage de Douanes com os mapas digitais do Sudeste Asiático para nosso GPS, o qual conseguimos, através do Automóvel Clube da Malásia, com um dos integrantes da equipe Petronas Expeditions.

Monção é um vento periódico que acontece especialmente no Oceano Índico e no Sudeste Asiático. Este fenômeno é causado pelo fato da terra aquecer e esfriar-se mais rapidamente que a água. Então, no verão, a terra está mais quente que a água do mar e com isso, o ar quente sobre a terra tende a subir, criando uma área de baixa pressão atmosférica. Por sua vez, isto cria um vento constante no sentido do mar para terra, e a chuva associada é causada pela umidade do ar marítimo que, ao atingir as montanhas, esfria e provoca condensação.

Dois fatos interessantes nos aconteceram neste caminho pela costa: em Chendor, fomos abordados por um motoqueiro o qual nos convidou para segui-lo até sua casa, pois queria nos oferecer um café. Piloto de helicóptero e amante da vela, Capitão Wong possui também experiências pelo mundo e nos ofereceu este café, diz ele, pois sabe exatamente o valor disso quando se está fora de casa por tanto tempo. E lá no norte, já em Kota Bharu, quando estacionávamos nosso carro em frente ao Centro de Informações para perguntar onde poderíamos arrumar nosso computador (o bichinho não aguentou o tranco), fomos abordados por outro malaio, o Ali, o qual já tinha chamado seu amigo Hafiz, também amante de 4×4, para nos receber. Os dois adoraram o nosso carro e ficaram nada mais e nada menos que 2 dias inteirinhos conosco. Nos ajudaram com o conserto de nosso computador; com a instalação de nosso sistema de água quente dentro do Lobo (essa vocês não esperavam, né?); nos levaram para almoçar em locais típicos da região, ou seja, comemos e nos divertimos da forma mais tradicional para os muçulmanos, com a mão direita; fomos a uma festa no escritório de sua irmã, festa essa que comemora o final do Ramadan; enfim, até a virada do dia 06 pro dia 07 queriam estar conosco, para passarem juntos a nós, os primeiros minutos do aniversário do Revolvão!!! Ficamos muito amigos, especialmente pelos mesmos também serem radioamadores… Foi uma ótima oportunidade de tirar as teias de aranha do nosso rádio e operar através da repetidora local, 147.650.

Mas, seguindo o velho ditado onde “Tudo que é bom dura pouco”, tivemos que partir e ir em busca de nossa encomenda do correio, pois, por uma falha nossa de comunicação, o carnet e o mapa eletrônico foram parar na Ilha de Penang, na costa oeste da Malásia, 400km de onde estávamos. Viajamos para lá e já em Penang, aproveitamos para visitar dois templos interessantes. Um era o Templo das Cobras, o qual tinha várias cobras perambulando em seu interior e outro era o Templo Kek Lok Si, considerado um dos mais bonitos templos budistas do sudeste asiático.

Daqui, Penang, hoje ainda, partimos em direção a Tailândia a qual está a somente 70 km ao norte, mas os detalhes, vocês poderão ver somente em nosso próximo diário, pois nem nós ainda sabemos tudo o que nos espera.

Até lá!!!!

PS – Gostaríamos de convidar a todos para visitarem novamente o diário de bordo 22, pois agora aquele vídeo de despedida da Austrália já está no ar. Divirtam-se!

Álbum: Malásia 1

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