Objetivo
PatagôniaDepois de 10 anos da nossa segunda partida chegou a hora
de cairmos na estrada novamente!
A Patagônia ainda está em branco no nosso mapa das duas voltas ao mundo.
O Roy esteve lá em sua primeira expedição de moto em 1999,
mas a Michelle ainda não conhece nada da região.
Definimos ser o destino perfeito para fazermos a primeira expedição em família. Uma viagem fácil, com muita natureza, vida ao ar livre e oportunidades de aprendizado para a Serena, nossa filha de 5 anos.
Nossa segunda volta ao mundo terminou no final de 2017 e tivemos que rapidamente nos adaptar para recomeçar uma vida do zero num local fixo. Desde lá não paramos um segundo de trabalhar para compartilharmos ao máximo as inúmeras histórias e aprendizados que trouxemos conosco: lançamos nosso segundo livro descritivo Mundo por Terra – Onde terminam as estradas, o livro fotográfico Mundo por Terra – Cada canto do mundo e o documentário média-metragem Latitude 70. E já estamos trabalhando em outros projetos bacanas que esperamos, em breve, poder compartilhar com todos vocês. Nesse meio tempo, nasceu nossa filha Serena, a terceira integrante do Mundo por Terra e a partir de então iniciamos o projeto mais difícil de nossas vidas: o de sermos pais.
Para uma criança de 0 a 7 anos, o que lhe agrega é ter experiências não importando em que país ela as tenha. Tudo, por mais simples que seja, é um aprendizado. Carimbar um passaporte não acrescentaria em nada, mas ter a presença dos pais e dos demais familiares sim. Então, nesses seis anos em casa prezamos em proporcionar a Serena muitas experiências ao nosso lado (cem por cento do tempo até os quatro anos) e junto dos avós, tios e primos. Isso foi muito importante para ela formar uma base familiar forte. Queremos que um dia a Serena bata suas asas e explore o mundo, mas que saiba que sempre terá um porto seguro para voltar e assim ter muita firmeza para seguir o seu caminho, qualquer que seja.
Agora, com quase seis anos e um maior entendimento do mundo que a rodeia, chegou a hora de a levarmos para explorar outras terras, para ver o mundo e saber que a ele pertence. Serena nos questionou diversas vezes onde ela está nas fotos de nosso livro fotográfico. Ela pede para fazer parte de nossas histórias e já disse que também quer conhecer todos esses lugares, inclusive a Latitude 70. Nasceu com o DNA aventureiro, ávida em explorar, descobrir e aprender.
Chegou o nosso momento também, pois é incrível como, com o passar dos anos em casa, somos facilmente engolidos pela máquina e caímos na rotina, num ciclo vicioso sem fim. O tempo se torna nosso inimigo e parece que gastamos a nossa vida preciosa resolvendo coisas bobas (principalmente online) do que com o que realmente importa e que está ao nosso lado. Hoje possuímos tantas ferramentas que ao invés de facilitarem, complicam ainda mais a nossa vida. Tantos afazeres, tantas burocracias.
Propósitos da viagem
Planejamos um período de 200 dias entre
a Argentina e o Chile .
Pretendemos ir devagar, curtindo e desbravando cada cantinho dessa região
a bordo do velho e guerreiro Lobo da Estrada.
Uma viagem para termos qualidade de tempo em família e também de conexão com o local.
Queremos desacelerar, sem a pressão e a ansiedade de horários e compromissos. Queremos não precisar dizer a nossa filha que não podemos dar atenção a ela naquele momento, pois não temos tempo. Ou porque estamos resolvendo algo no computador ou no celular.
Queremos desconectar para conectar-se ao mundo físico ao nosso redor. Viver o momento. Sem conexão cem por cento do tempo a internet, sem acesso excessivo a informações. Não queremos saber de tudo e nem precisamos.
Queremos viver a estrada, mais do que destinos. Se o lugar mais lindo estava ali perto e não soubemos, qual o problema? As experiencias mais marcantes são as descobertas do que as pré-definidas. As vezes, a beleza não está no lugar, mas em como o vemos e vivemos.
Queremos ser surpreendidos. Descobrir no caminho e não saber de tudo antes. O GPS não será nosso guia, muito menos um aplicativo. O destino nos guiará, os locais nos darão as direções. Queremos poder parar e perguntar. Queremos escolher o nosso caminho.
Queremos levar uma vida simples, longe do consumismo avassalador da sociedade atual. Viver com pouco, com o extremamente necessário para a nossa sobrevivência, amenizando o consumo de matérias-primas e a geração de lixo. Poucos brinquedos, poucos presentes… Não é possível ter tudo. Se não tiver algo, imagine ou invente.
Queremos ter contato com a natureza e com a nossa essência. Mostrar a Serena que esse planeta pertence a todos nós e que também somos parte dele. Sentir o vento no rosto, o frio, o calor, ver as estrelas, caminhar pela floresta, escalar rochas, ouvir o silêncio do deserto, observar um animal, experimentar… e assim, obter mais e mais experiências.
Mas o nosso principal objetivo é viver, literalmente, pois a vida é curta.