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Diário de Bordo 16 – Austrália 2

Diário de Bordo

(03/07/2007 a 15/07/2007)

A aventura pela Austrália começou, ou melhor, está só começando…

Finalmente, no dia 03 de julho, deixamos Melbourne para trás rumo à região montanhosa mais alta do país, no sudeste australiano. Fomos em busca do nosso último friozinho, porém pegamos um friozão danado! Cruzamos o Alpine National Park, por uma estradinha de cascalho muito gostosa de viajar e havia muita neve no caminho, cerca de 30cm na estrada. A floresta dos verdes eucaliptos era uma imensidão branca, onde o Lobo ficava totalmente camuflado na paisagem. Os flocos de neve levitavam no ar e tudo parecia um sonho em preto e branco.

Neste mesmo parque, estávamos viajando tranqüilos, quando de repente um ser saltitante cruzou na nossa frente. Nosso primeiro canguru!!! Começamos a prestar mais atenção ao nosso redor e existiam cangurus saltando para todos os lados. Que figuras engraçadas… Foi difícil de fotografar os primeiros, até pensamos em contar quantos deles viríamos aqui. Já acordamos com cangurus pastando ao nosso lado, vimos vários no meio da cidade, em parques, florestas e faz tempo que perdemos as contas, hehehe.

Este animal é muito interessante…

Canguru é o nome genérico dado a um mamífero marsupial encontrado somente na Austrália e na Nova Guiné, o qual possui patas traseiras muito desenvolvidas e uma bolsa (o marsúpio) presente apenas nas fêmeas. Seu habitat situa-se em florestas e planícies e sua alimentação baseia-se em vegetais e frutas. Possuem uma altura de 0,80m a 1,60m, sua cauda mede de 0,70m a 1,40m e seu peso varia entre 1/2kg a 90kg.

A sua gravidez (gestacao) demora de 30 a 40 dias, sendo que as fêmeas dão a luz a apenas a um bebe por vez, que nasce tão pequeno quanto uma cereja. Assim que o filhote nasce, ele vai direto para a bolsa da mãe e não emerge por volta de 2 meses. Eles finalmente saem da bolsa quando completam mais ou menos 1 ano de idade.

Os cangurus vermelhos preferem planícies abertas, enquanto que as espécies cinzas preferem florestas densas e a principal diferença entre eles é a cor. Os cangurus das árvores possuem patas frontais mais fortes e resistentes que seus parentes, enquanto que o canguru vermelho é o maior marsupial do mundo. Um canguru vermelho pode alcançar 56Km/h e cada salto seu pode cobrir até 8m de distância em uma altura de 1,8m. A carne de canguru é um prato muito apreciado na Austrália e ainda temos que prová-la e pra isso até já ganhamos a uma receita do Tio Mauri.

A origem no nome “canguru” deve-se a uma falha de comunicacao entre os exploradores ingleses e os nativos da Australia. Na viagem de descoberta da Austrália, um grupo de marinheiros do Capitao Cook capturou um bebê canguru e trouxe a estranha criatura a bordo do navio. Ninguém sabia o que era aquilo, então alguns homens foram enviados à praia para perguntar aos nativos. Quando os marinheiros retornaram, disseram aos seus companheiros: “é um canguru”. Muitos anos mais tarde, descobriu-se que quando os aborígines disseram “canguru” eles não estavam realmente nomeando o animal, mas replicando aos que perguntaram: “O que você disse?”.

Além dos cangurus, existem muitos outros animais que só existem aqui na Austrália, como várias aves, a éqdina, o ornitorrinco e o wombat. O wombat tem a aparência de um pequeno e musculado urso de patas pequenas. O seu comprimento é de aproximadamente 1 metro e têm uma cauda muito pequena. É herbivoro, alimenta-se de ervas e raizes. Constroe longos sistemas de túneis subterrâneos com a ajuda das suas poderosas garras e dentes e é essencialmente noturno e difícil de observar. Nós só pudemos vê-los nas placas de sinalização na estrada, mas este é o proximo bichinho da nossa lista para apreciarmos.

Houve um tempo que duas cidades reivindicavam serem as capitais australianas, Sidney e Melbourne, e para não haver descontentamento entre as partes, sabiamente, o governo fundou uma nova cidade bem no meio do trajeto entre as duas, a qual recebeu o nome de Camberra, que na língua dos aborígines quer dizer “ponto de encontro”. A cidade foi muito bem planejada, possuindo muitos edifícios interessantes e que marcam a paisagem da cidade, como a atual Casa do Parlamento, o Parlamento Antigo, a Biblioteca Nacional, a Galeria de Arte Nacional, o Museu Nacional, os edifícios das embaixadas e muitos outros, além de um chafariz de 147m, construindo em memória do descobridor da Austrália, Capitão James Cook. A cidade é uma aula de arquitetura…

De Camberra até Sydney, o que mais nos encantou no caminho foi a cidade de Kiama, que além de se situar em uma exuberante costa, possui umas formações rochosas muito interessantes. Em dois lugares desta cidade, é possível ver os Blowholes, ou seja, buracos na rocha escavados pelas ondas. Quando as ondas fortes batem por baixo destes buracos, a água sai como um gêiser para cima chegando super alto e fazendo um forte barulho. Ainda em Kiama, fomos visitar outras formações chamadas Bombo Headland, as quais são lindas paredes e colunas de basalto ao lado do mar. Mas, o que mais nos chamou a atenção neste lugar foi a força da água do mar que se chocava contra essas rochas. Confessamos para vocês, que ainda não tínhamos visto um mar daquele jeito… coisa de gente grande.

Depois de exatamente uma semana chegamos à famosa cidade de Sydney. Levamos tanto tempo, pois aqui na Austrália temos que rodar grandes quilometragens entre os pontos de interresse, ao contrário da Nova Zelândia onde rodávamos alguns quilômetros e já estávamos em uma nova paisagem. Voltando a Sydney… não tem como estar na Austrália sem dar uma passadinha por essa cidade e principalmente pelo seu tão visitado Harbour.

Sydney é a capital do estado de Nova Gales do Sul e é a metrópole mais populosa da Austrália com seus 4 milhões de habitantes. É uma das cidades mais multiculturais do mundo, tamanha a quantidade de imigrantes vindos de todos os cantos do planeta (em torno de 180 países), inclusive existem muitos brasileiros morando por ali. O Sydney Opera House, que visitamos, é um dos edifícios de espetáculo mais marcantes a nível mundial. Inicialmente rejeitado por seu projeto ousado e diferente, que lembra uma concha ou velas içadas, quando ficou concluído em 1973, constituiu uma marca geográfica, na verdadeira acepção da palavra, que colocou todo o continente australiano no mapa mundial e hoje é um dos símbolos do país. De lá pode-se curtir o resplendor da baía e também da ponte do harbour. Uma vista incrível!

Há uns 120km a oeste de Sydney, estão situadas as montanhas conhecidas como Blue Montains (Montanhas Azuis), as quais possuem esse nome devido a uma bruma azulada que cobre o parque, originária da refração da luz do sol nas microscópicas gotas de óleo que pairam no ar, provenientes da folhagem dos eucaliptos. Essas montanhas, na verdade, são penhascos semelhantes aos da Chapada dos Guimarães no Brasil. Existem vários mirantes de onde se podem ver estes penhascos de perder de vista, com suas florestas de eucalipto e suas diversas cachoeiras. Os primeiros colonizadores da Austrália, que começaram Sydney, levaram cerca de 25 anos para cruzar estas Blue Moutains. Muitos diziam que do outro lado das montanhas situava-se a China, outros previam um deserto, um Mississippi australiano e até mesmo um oceano interno. As viagens para dentro do continente, na maioria das vezes, foram falhas e muitos destes desbravadores, que morreram durante a sua busca pelo desconhecido, tornaram-se heróis.

A viagem continuou pela costa e a partir deste momento o sol, com dias lindos, passou a fazer parte do nosso di-a-dia. Adeus frio… quer dizer, o frio ainda não se foi completamente, mas daqui pra frente só tende a esquentar.

Nossa próxima parada foi em Byron Bay, a qual nos falaram ser uma praia muito famosa pelo estilo dos habitantes que nela moram, hippies, ex-hippies, motoqueiros, místicos e outras figuras descoladas. Chegando lá, não vimos nada mais do que vários turistas, na verdade muitos turistas. A praia é linda e a caminhada a beira mar até o farol, ponto mais leste da Austrália, é muito bonita também. Mas, cade as figuras descoladas? A única coisa que vimos de diferente foram os golfinhos.

Porém, se em Byron Bay não vimos pessoas diferentes, em Ninbin foi um festival de figurões. Que experiência… Foi uma sensação muito legal e estranha ao mesmo tempo, pois parecíamos estar em um filme, ou em um mundo paralelo cheio de pessoas estranhas usando roupas que usamos para ir ao Baile Caipira ou a uma Festa Brega. O Museu era muito bizarro, sendo mais um trabalho de arte do que de história e em cada ambiente havia uma pessoa oferecendo uma “parada” diferente.

Os hippies eram parte do que se convencionou chamar movimento de contracultura doas anos 60. Adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o nacionalismo e a Guerra do Vietna, abraçavam aspectos de religiões como o budismo, hinduismo, e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da classe media americana. Eles defendiam o amor livre e a não violência..

Adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o e a , abraçavam aspectos de religiões como o , , e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da americana. Eles defendiam o amor livre e a não violência. dos . Adotavam um modo de vida comunitário ou estilo de vida nômade, negavam o e a , abraçavam aspectos de religiões como o , , e/ou as religiões das culturas nativas norte-americanas e estavam em desacordo com valores tradicionais da americana. Eles defendiam o amor livre e a não violência.

Por volta de 1970, muito do estilo hippie se tornou parte da cultura principal, porém muito pouco da sua essência. Como os hippies tenderam a evitar publicidade após a era do Verão do Amor e de Woodstock, surgiu um mito popular de que o movimento hippie não mais existia. De fato, ele continuou a existir em comunidades mundo afora, como andarilhos que acompanhavam suas bandas preferidas, ou às vezes nos interstícios da economia global.

A comunidade hippie de Ninbin, iniciou em 1973, quando a União Australiana de Estudantes apresentou um experimental “Aquarius Festival”, buscando uma experiência através de um estilo de vida participativo. O evento foi um sucesso e atraiu diversas pessoas para a pacata cidade de fazendeiros. Quando o festival acabou, muitos não podiam acreditar que o sonho havia acabado e decidiram ficar na cidade e torná-la um permanente paraíso.

Tivemos sorte de chegar à cidade justamente no dia que estava acontecendo o mercado regional deles. Estávamos esperando uma espécie de mercado municipal, mas que nada, havia um monte de coisas velhas e tranqueiras para serem vendidas e também, haviam belos artesanatos feitos por eles. O mais divertido desse mercado foi ficar andando e curtindo um pouco do clima zen dessa louca cidade. Saímos de lá boquiabertos e nenhum de nós falava muito, hehehe.

Bom, é isso pessoal e não percam o nosso próximo diário com detalhes da badalada Gold Cost, da cidade de Brisbane, da pacata Sunshine Cost, da maior ilha de areia do mundo chamada Fraser Island e da Grande Barreira de corais…

See you!!!

 

PS1: Dirigir ao amanhecer e ao anoitecer aqui na Austrália é muito perigoso, pois é nestes horários que os cangurus aparecem e que diversos outros animais saem para se alimentar. Bater com um canguru, principalmente com um desses grandões, pode ser fatal e ocasionar um grande dano ao carro. Infelizmente já vimos diversos cangurus e wombats mortos na beira da estrada…

Álbum: Austrália 2

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