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Diário de Bordo 8 – Bolívia 1

(27/09/2014 a 09/10/2014)

A primeira fronteira…

Em nossa primeira volta ao mundo cruzamos 80 fronteiras. Essa era uma das tarefas mais trabalhosas e que mais nos arrepiava na viagem. Nunca sabíamos o que iria acontecer, quais documentos iriam nos pedir, como iriam nos receber, em quanto tempo iríamos conseguir entrar, ou se nos deixariam entrar em seu país. Além da burocracia pessoal de imigração, tínhamos que dar a entrada e saída de nosso carro. Era muito fácil um oficial mal humorado olhar para a nossa cara e dizer: “NÃO, vocês não podem entrar…ou o carro não pode entrar”. Ficávamos nas mãos deles, indefesos e sem nada a fazer se nossa entrada fosse negada.

Mas depois de 42 dias no Brasil, chegou a hora de abandonarmos o conforto de estarmos viajando dentro de nosso país e passarmos a enfrentar novos desafios. Chegou a hora de cruzar a fronteira Brasil/ Bolívia via Corumbá – MS. Apesar daquela expectativa de dois viajantes destreinados, foi tudo muito tranquilo. Tivemos apenas que esperar um pouco na fila da imigração e nada mais.

Seguimos viagem por uma estrada nova, feita de concreto e que cruza o extremo leste da Bolívia. A região de Chiquitos, como é chamada, passou a ser mais explorada há pouco tempo pelos bolivianos e tornou-se de grande interesse, tanto pelos diversos atrativos turísticos como pelas riquezas naturais. Acredita-se que o nome da província derive de seus habitantes originais, os índios que viviam em casas com portas bem baixas (chiquito significa pequeno). Cruzamos quilômetros e mais quilômetros por uma vasta planície, muito pouco habitada.

Nossa primeira parada foi na Vila de Aguas Calientes. Ali, a poucos metros da estrada principal, águas de origem vulcânica com propriedades medicinais brotam de um rio raso e arenoso. As margens do rio, uma vegetação densa e exuberante. Visitamos o local chamado Los Hervores. Alguns pontos onde a água brota possuem até 2m de profundidade de areia e a temperatura chega a 40ºC. Uma ótima forma para relaxar. A noite, sem o calor do sol, é o melhor horário para desfrutar dessa riqueza natural em companhia dos bolivianos.

Mais adiante fomos a vila de El Chochís. Situa-se na base de um paredão de pedra e ostenta uma formação rochosa em formato de torre com 1.459m de altura e 800m de circunferência, chamada de “La Torre”. Nossa parada por ali ocorreu devido ao belíssimo Santuario Mariano de La Torre – Virgen de la Asunta, construído por Hans Roth, um restaurador de igrejas jesuítas da região. Vale destacar que os pilares, portas e diversos outros detalhes são entalhados em madeira. Um trabalho extraordinário com motivos religiosos e da cultura local.

No século 18, Chiquitos foi testemunha de um dos episódios mais marcantes da colonização espanhola. Quando os espanhóis chegaram a esse extremo leste da Bolívia, as vastas planícies entre o Rio Grande e o Rio Paraguai eram densamente povoadas por cerca de 15 diferentes tribos indígenas. A região era estratégica para os espanhóis, pois ligava a prata dos Andes com suas vilas no Paraguai, que eram sua conexão com o Rio de la Plata. Mas nenhuma das incursões a região teve sucesso em dominar os indígenas. Autoridades de Santa Cruz tiveram que recorrer aos jesuítas para a pacificação dos índios e domínio da região fronteiriça, os quais criaram cidades missionárias e converteram ao catolicismo os índios hostis e selvagens. Lhes ensinaram técnicas europeias de agricultura e construíram algumas das mais magníficas igrejas coloniais da América do Sul. As missões acabaram em 1767 quando os jesuítas foram expulsos pela monarquia espanhola, que temia a crescente influência jesuítica na América do Sul. Seis das 10 igrejas ainda sobrevivem e foram restauras e declaradas Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco. Essas igrejas remanescentes que resistem a três séculos são de estilo barroco, com pinturas, murais e colunas entalhadas em madeira. Em San Jose dos Chiquitos, capital da província, conhecemos uma delas, que difere das outras por ter sido construída em pedra.

Na província de Chiquitos também tivemos um encontro marcante. Enquanto dirigíamos pela rodovia, fomos ultrapassados por uma camionete que em sua caçamba, estavam sentados quatro adolescentes. Todos loiros, olhos e pele clara. As duas meninas usavam vestidos, enquanto os meninos usavam camisa de mangas longas xadrez, um macacão com suspensórios e bonés. Parecia a família Von Trapp do filme A Noviça Rebelde. Segundo o Roy, a Família Adams. (Mas a Michelle não faz a mínima ideia de onde ele tirou isso…)

Alguns quilômetros a frente vimos muitas pessoas com a mesma característica e algumas, em carroças pelas estradas vicinais. Ficamos muito curiosos em saber quem eram e o que estavam fazendo naquela parte da Bolívia. Seria uma colônia europeia? Entramos, então, numa estrada de terra para investigar melhor e nos deparamos com pequenas propriedades agrícolas, uma ao lado da outra, com seus jardins e casas bem cuidadas, crianças brincando no quintal e mulheres pendurando roupa no varal. Logo a frente, ao redor de um galpão, centenas de carroças estavam estacionadas e os homens que saíam de lá, todos vestiam a mesma calça jardineira com camisa xadrez que havíamos visto naquela camionete. Não conseguimos nos conter e pedimos a um cidadão que parasse sua charrete, pois precisávamos perguntar quem eram eles! O homem nos respondeu: “ Somos bolivianos”. Perguntamos então que língua falavam, e ele, não muito confortável com nossa presença, respondeu: “Alemão”.

A primeira coisa que fizemos quando fomos a uma internet foi pesquisar sobre esse povo. Trata-se da Colônia Alemã de Manitoba e suas características tão peculiares devem-se ao fato de serem Menonitas. Esse grupo cristão descende do movimento anabatista surgiu na Europa no século XVI, na mesma época da reforma da igreja. Eram pessoas que acreditavam que a religião não deveria ser ditada pelo Estado (sendo que as subdivisões políticas do Império Alemão adotavam a religião do seu governante) e que o batismo tinha que ser voluntário em idade adulta, não quando criança. Por isso anabatistas. Os menonitas foram perseguidos na Europa, o que os obrigou a emigrar para outros países como: Rússia, Estados Unidos e Canadá (chamados de amish), México, Belize e no século vinte chegaram a América do Sul, atraídos pelas terras baratas e garantia de liberdade religiosa. Cerca de 20.000 Menonitas vivem em comunidades na Bolívia, trabalhando com agricultura e pecuária. Algumas características desse grupo são: recusa em usar armas (estão dispensados do exército na Bolívia), simplicidade em vestimentas e hábitos, não se casam com pessoas de outros grupos, rejeitam a tecnologia como carros, computadores, celulares, energia elétrica. Alguns falam espanhol, mas a língua falada entre eles é o Plattdeusch, dialeto alemão muito antigo.

Continuando nossa viagem, ainda antes de chegarmos a Santa Cruz de la Sierra, um barulho crescente e estranho se iniciou no motor do carro. Não sabíamos o que era, mas sentíamos como tiros escapando pelo cabeçote do motor. Então, em Santa Cruz, nosso destino era certo… direto para uma mecânica, de novo. E ali passamos 5 dias em função do carro. O barulho foi simples e rápido para consertar (quebrou-se a haste do comando de válvulas), mas a demora na mecânica foi por tentarmos, mais uma vez, resolver aquele ruído que nos acompanhava desde o Brasil, mas não tivemos sucesso novamente. Pelo menos agora, com todos os rolamentos novos, tanto no diferencial, como na caixa de transferência, o barulho deixa de ser perigoso para uma possível quebra.

Santa Cruz de la Sierra, capital da província de Santa Cruz, explodiu em crescimento econômico nos últimos 50 anos e passou de uma cidade isolada a uma metrópole moderna com milhões de habitantes. Primeiro, o que a fez crescer assim foi a construção da linha férrea (famoso Trem da Morte) em 1950, que liga o Brasil a Cochabamba. Abastecida pelo Brasil via trem, Santa Cruz se tornou a maior fornecedora de algodão, arroz, açúcar, soja e outros bens para toda a Bolívia. Mas o boom econômico aconteceu na década de 70, quando a cidade emergiu sendo o centro da indústria da cocaína boliviana. O crescimento continuou com a descoberta de gás e petróleo e com o subsídio do governo para grandes agricultores e donos de terras. Hoje é a maior potência comercial do país.

Um detalhe interessante em Santa Cruz de la Sierra foi onde acampamos. Por indicação do mecânico, dormimos no estacionamento do Aeroporto Internacional Viru Viru. Tranquilo, seguro e com banheiros disponíveis 24h.

Num dia que o Lobo teve folga da mecânica, fomos conhecer o Parque Regional Lomas de Arena. É um pequeno deserto natural rodeado por uma floresta úmida, com savana e lagoas de água doce, um refúgio perfeito para aves migratórios e diversos mamíferos. Em nossa visita havia tanto vento que a areia entrava até na alma e nessa época, a maioria das lagoas estão secas e as aves ausentes. Mesmo assim foi uma experiência muito interessante.

Felizes por voltar para a estrada, dirigimos sentido Cochabamba pela estrada velha. A primeira parada foi em Samaipata, já a 1.650m de altitude, ou seja, os Andes já estavam presentes. Esta pequena vila é a entrada para as ruínas pré-incas El Fuerte. Por sua localização privilegiada, El Fuerte foi um ponto geográfico e geopolítico intercultural. Acredita-se que foi, primeiramente, uma vila Mojocoya (400-800 d.C.). Então passou a ser um sítio religioso construído e esculpido pelo povo Chané (800-1.300 d.C.). Posteriormente passou a ser um lugar de trânsito para os índios Guaranis (1.300-1.450 d.C.). Depois foi uma capital provincial, em construção, do Império Inca (1.450-1550 d.C.). Mas tanto os Chanés quanto os Incas sofreram consecutivas invasões Guaranis, que conquistaram toda a região e destruíram Samaipata. Por último, Samaipata foi abrigo espanhol para garantir a rota de união de Assunção no Paraguai e Lima no Peru (1.550-1.600 d.C.). Eles construíram uma vila perto do templo e há resquícios de edifícios de arquitetura típica Árabe Andalusiana. Os espanhóis abandonaram o local e moveram-se para onde está situada a vila de Samaipata.

Este sitio arqueológico está dividido em duas partes: a cerimonial e a administrativa. A parte cerimonial compreende a maior pedra com inscrições rupestres do mundo, tendo 220m de largura e 65m de comprimento. A pedra se encontra toda esculpida com formas de animais, geométricas, decorativas, canais, templos com diversos altares de oferendas e tumbas de múmias.

E próximo a Samaipata, há mais uma curiosidade. Na região de Vallegrande existe um local chamado La Higuera, muito conhecido por ter sido o palco da última campanha guerrilheira de Che Guevara, que foi morto ali em 1967. Daqui a três anos será comemorado ali os 50 anos de sua morte.

A velha estrada rumo a Cochabamba sobe e desce entre vales e montanhas belíssimas. Os vales são geralmente verdes, pela agricultura que aproveita a água dos rios, já as montanhas possuem muitas pedras, cactos e são áridas, impondo-se sempre na paisagem. As estradas serpenteiam as encostas e as vezes ficam penduradas nos penhascos. Quando parávamos para espiar o abismo, malmente conseguíamos ver o fundo. É indescritível viajar por essa região.

E como já era de praxe, há uns 150km de Cochabamba, no meio das montanhas e acima dos 3.000m de altitude, iniciava-se novamente aquele tal estalo no motor. Não podíamos acreditar. Será que a haste das válvulas havia se quebrado novamente? Por que? E logo ali, no meio do nada, sem nenhuma infraestrutura? A paisagem estava linda, ainda mais com a luz do fim de tarde. Casas de campesinos estavam abaixo da estrada e a vontade de fotografar era grande. Mas seguimos mais algumas centenas de metros, sem ter como parar, pois precisávamos, pelo menos, achar alguma saída da estrada principal. E o Lobo já sofria com a altitude, imagina com as válvulas em pane!!! De repente apareceu uma casa, e foi ali que pedimos espaço para trabalharmos no carro. Quando abrimos o capô, já de cara vimos a tampa das válvulas semiaberta e já havia certo vazamento de óleo. Abrimos a tampa de válvulas e descobrimos que o causador do problema eram as roscas espanadas dos prisioneiros que prendem a haste e a tampa do comando de válvulas. No meio daquela pequena vila, com paciência e alguma experiência das quebras anteriores, enjambramos e parece que deu certo. O motor funcionou sem aquele barulho infernal. Daria para seguir até Cochabamba, mas dormimos ali onde estávamos, bem recebidos pelo senhor e sua esposa, donos da casa. Quando seguimos viagem noutro dia e chegamos a Cochabamba, claro, fomos direto para uma mecânica especializada em Land Rovers.

Cochabamba nos pareceu uma cidade muito interessante. Está localizada dentro de um vale fértil rodeado por montanhas. Uma cidade organizada, com avenidas largas, arquitetura colonial e uma praça exuberante. No horizonte de cada rua e avenida, uma montanha exibe-se. No Vale Alto de Cochabamba se cultiva de tudo: milho, trigo, alfafa, orquídeas, frutas cítricas e muito mais. O que nos atraiu para cá foram os famosos mercados, onde os campesinos de toda a região vendem suas mercadorias. Não é por menos que a cidade é considerada o maior mercado da Bolívia. Os principais deles são Mercado La Cancha, Mercado de Ferias La Pampa e Mercado Calatayud. Uma vendedora local nos falou que apenas no La Pampa, há 8.000 vendedores registrados, fora os não oficiais que circulam pelas ruelas em volta. Nosso livro-guia descreve esses mercados como os lugares mais cheios, caóticos, catastróficos e hilários do país. E é verdade! Ali se vende de tudo e circulam todos os tipos de pessoas. Num momento estamos no colorido mercado de frutas e verduras; depois entra-se no de carnes; logo ao lado vendem-se produtos da China, produtos de beleza, comidas, grãos, temperos, comidas para cachorros, carnes novamente, sapatos, panelas, chapéus, mantas, folhas de coca, cabelos… e produtos de feitiçaria. Sim, feitiçaria!!! São vendidos fetos de lhamas e burros mumificados, estrelas do mar e todos os tipos de coisas estranhas que não fazemos ideia do que são ou para que servem. Há mesas para jogar cartas e folhas de coca para ler o futuro. Geralmente as mercadorias semelhantes então agrupadas por corredores, mas as vezes tudo se mistura e cada barraca vende uma coisa diferente. Uma mistura exótica. Máquinas fotográficas não são bem vistas, então, somente vez ou outra conseguíamos registrar alguma coisa. Mas com nossa câmera gopro escondida, conseguimos fazer filmagens muito legais e de muita riqueza.

Depois de Cochabamba fomos ao Vale Alto de Cochabamba. A cidade que mais nos chamou a atenção e nos encantou foi Tarata. Chegamos por pequenas ruelas de terra por onde o Lobo malmente passava e ao centro da cidadezinha desfrutamos da sua praça florida, rodeada por prédios coloniais espanhóis e pela Igreja de São Pedro. Mesmo as edificações não restauradas possuem uma beleza singular, mas com muito mato crescendo nos telhados e sacadas. Neste local visitamos o Convento Franciscano de São José e provamos o Chorizo (linguiça frita) servida com grãos de trigo cozido.

Após o Vale Alto, mais montanhas. Coisa normal quando se viaja pelos andes bolivianos. Nesse trajeto atingimos o ponto mais alto até agora, 3.799m acima do nível do mar. Foi ali, também, que fizemos um de nossos melhores acampamentos, a 15km da cidade de Mizque, na beira de um cânion, com altos paredões de pedras e ao fundo um pequeno rio rodeado por árvores. Ao final da tarde, papagaios faziam algazarra quando adentravam no cânion para passar a noite.

Agora imaginem ficar sem freio no meio de tantas montanhas!!! Então, como nada é perfeito, tampouco um Land Rover, próximo a Aiquile um cano do freio se rompeu. Então, mais uma vez agradecemos a Gedore por aquela linda e essencial caixa de ferramentas que já foi tanto utilizada.

Apesar de a Bolívia ser o país mais pobre da América do Sul, a cada dia nos encantamos mais com tamanha riqueza cultural e natural.

 

PS 1 – Na Bolívia tivemos a nossa primeira parada policial. O oficial, como é de costume na América do Sul, tentou de todos os jeitos achar alguma falha. Pediu: carteira de motorista, passaportes, carimbo de saída do Brasil e entrada da Bolívia, papel da imigração, documentos do carro, importação temporária do carro, cartões de vacina internacional, extintor, kit primeiros socorros… Como tínhamos tudo, olhou para o Roy e disse para ele ir até o escritório e se registrar. Mas claro, o que queria era uma oportunidade longe da Michelle para pedir uma gasosa. Normalmente eles tem vergonha de choramingar na frente das mulheres. Então combinamos o seguinte: quando tivermos que ir, vamos os dois. Quando fomos no escritório, com a Michelle presente, falaram que estava tudo certo e nos mandaram seguir, rsrsrs. Vivendo e aprendendo!

PS 2 – O preço do diesel na Bolívia é B 3,72 pesos bolivianos por litro (R$ 1,00 = B 2,88). Mas para estrangeiros, é B 9,16. Sim, há um preço especial para quem vem de fora e é quase 3x mais do que o preço para os locais, para evitar contrabando de combustível próximo as fronteiras. Nossa estratégia, nesse caso, é parar o carro longe das câmeras dos postos de combustível e gentilmente solicitar que o frentista nos venda diesel a preço local utilizando um galão de 20L. Isso tem dado certo.

PS 3 – Temos que tirar o chapéu a este país no cuidado com suas praças, parques e jardins. Esses lugares públicos estão sempre impecáveis, verdes e floridos. Todos os dias tem alguém podando, regando e recolhendo o lixo. São lugares realmente convidativos e muito usados pela população.

PS 4 – Apesar de haver muitas “tienda” de internet, nossa comunicação aqui na Bolívia está um pouco prejudicada. A internet é lenta e em vilas pequenas, dificilmente damos sorte de encontrar ela funcionando. Então pedimos aos nossos amigos internautas para terem paciência quanto as nossas publicações.

Itinerário percorrido

Itinerário 8

Fotos

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