ícone lista de índices Índice

Rota da Seda

Educacional

A Rota da Seda era uma rota que interligava o extremo oriente (China) com a Europa, afim de transportar a seda através de caravanas de animais domesticados. Já a seda é um tecido fino criado pelos chineses num passado distante, elaborado cuidadosamente com a fibra branca dos casulos do bicho-da-seda e pela sua diferenciação, compradores europeus se dispunham a pagar um preço alto por ela. Só os chineses sabiam fabrica-la e o segredo de sua composição se manteve guardado a sete chaves por um período muito longo.

Mas a verdade é que não era só seda que percorria essas rotas. Claro, a balança de trocas pesava mais para o lado da China do que da Europa, assim como ainda ocorre hoje. De leste para oeste (China para a Europa) eram vendidos: seda, porcelana, papel, chá, gengibre, bambu, especiarias, incenso, ervas medicinais, e muito mais, ao passo que em sentido contrário, eram transportados ouro, prata, marfim, lã, cavalos, uvas, vinhos, alho, dentre outros. Os chineses foram os que iniciaram as viagens ao oeste, para buscar cavalos do centro asiático que os atendesse na proteção de seu território dos povos nômades vindos do norte. Há evidências, no entanto, que já haviam rotas entre a Ásia, Europa e África muito antes da Rota da Seda, sendo que ocorriam trocas entre povos de continentes diferentes que datam não de séculos, mas de milênios a.C.

A Rota da Seda não era uma rota única, compreendia uma rede de caminhos que mudavam de acordo com as condições locais. Acidentes geográficos como montanhas e desertos eram as barreiras impostas pela natureza, mas as caravanas tinham que enfrentar as interferências humanas (guerras e assaltos), já que era muita riqueza que desfilava de um lado para outro.

Nosso contato com a Rota da Seda se deu mais intensamente nos países Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão e Uzbequistão da Ásia Central, mas também estivemos no início dela em Xi’an, China. A Ásia Central participou do processo especialmente por prover camelos e cavalos, que faziam a mercadoria fluir para ambos os lados. As cidades do Uzbequistão Samarkand e Bukhara marcavam o meio do caminho, o ponto onde caravanas vindas de Aleppo e Baghdad encontravam as que vinham de Kashgar e Yarkand. Rabats ou Caravançarai (pontos de parada de caravanas) se desenvolveram ao longo de toda a Rota da Seda e ofereciam acomodação, estábulos e mercados para as caravanas se reabastecerem.

É inestimável o que asiáticos e europeus comercializaram entre eles ao longo dos séculos (principalmente entre o século 2 e 13 a.C.), mas o maior legado da Rota da Seda não foram as mercadorias, mas a troca intelectual de ideias, tecnologias e crenças. Essa sim potencializou e fez crescer grandes civilizações, como a do Egito, da Mesopotâmia, da China, da Pérsia, da Índia e de Roma e porque não dizer até do mundo moderno. Foi através da Rota da Seda, também, que o ocidente teve acesso a produção do papel, mais uma invenção dos chineses. Incrível, não?

Compartilhe

Veja Também

Educacional

Os 5 maiores países do mundo

1 | out | 2014
Educacional

Quem é a caipora?

3 | out | 2014
Educacional

Canal do Panamá

17 | fev | 2015