Chopsticks ou palitos para comer fazem parte da cultura no leste Asiático há mais de seis mil anos. Seu uso iniciou-se na China e posteriormente o costume foi levado por imigrantes chineses para os demais países da região, como Japão, Coreia, Vietnã, Singapura, Malásia, Laos, Myanmar, Tailândia e Nepal. Atualmente mais de 30% do mundo usa chopsticks para comer, estando nas mesas mais simples até as mais sofisticadas.
Em chinês eles se chamam kuaizi, cujo significado é “bambu rápido”, pois eram comumente produzidos de bambu. Mas hoje são feitos também de madeira, plástico e inox. Os de madeira e bambu são mais utilizados na China e Japão e pela nossa experiência, são mais fáceis de comer, pois a comida não escorrega tanto como no plástico e inox, preferidos no Vietnã e Coréia do Sul, respectivamente.
Até ai tudo bem, certo?
Mas em determinado ano da história desses palitos o Japão, por questões de higiene, passou a utiliza-los em madeira descartável. Eram produzidos na China pelo baixo custo, o que fez com que fossem difundidos nesse país também e seu consumo explodiu. Estima-se que 45 bilhões de pares de chopsticks de madeira sejam usados e jogados no lixo todos os anos somente na China. No Japão esse número chega a 24 bilhões, equivalendo a cerca de 200 pares por pessoa nesse mesmo período. E para isso, conforme estatísticas chinesas, 3,8 milhões de árvores são transformadas em chopsticks por ano.
Diversas campanhas estão sendo feitas para conscientizar os consumidores sobre o uso de palitos reutilizáveis. Alguns já levam seus próprios palitos para o restaurante e alguns restaurantes já disponibilizam máquinas de esterilização para os palitos de plástico ou metal. Mas a mudança é lenta. Buscando um forma de reduzir esse consumo excessivo, em abril de 2006 a China colocou um imposto de 5% sobre os palitos descartáveis. Mas o Japão, o maior comprador desse utensílio, para fugir desse imposto, passou a produzi-lo no Vietnã, Indonésia e Rússia. Uma atitude um pouco estranha para um país que se mostra tão preocupado com a reciclagem.
A indústria de chopsticks emprega mais de 100.000 pessoas na China e se defende alegando que usam madeiras de rápido crescimento e bambu, que não é uma espécie ameaçada, além de restos de madeira sem utilidade. Mas quanta energia e água é despendida para que essas árvores possam crescer? Os efeitos colaterais para a meio ambiente são muito grandes para um utensílio que é utilizado por tão pouco tempo, talvez menos de meia hora.
Quando os chineses inventaram os chopsticks, provavelmente não imaginaram que aqueles simples palitos de comer pudessem causar tanto impacto para o meio ambiente.
É preciso conscientizar!