Viajar é tão bom, tão viciante, que antes ainda de chegarmos da primeira viagem, nós já sonhávamos com a segunda. Mas além desse sonho, houve um outro fator que nos colocou na estrada pela segunda vez – a necessidade – se é que pretendíamos transformar tudo isso, ou melhor, o “Mundo por Terra”, em um projeto de vida.
Vejamos de outra forma. Essa situação nos ocorreu quando estudávamos formas de divulgar e vender as palestras. Quando fazíamos algumas pesquisas na internet demos de encontro com uma publicação de Waldemar Niclevicz (escalador) falando sobre suas palestras, que pelo jeito, estavam indo muito bem.
Para tentar descobrir o segredo de seu sucesso, visitamos seu website e clicamos no link que mostrava as montanhas que ele já escalou. Nosso queixo caiu! Alguém já fez isso? Se não, vale a pena. O Waldemar já escalou mais de meio mundo. Sua história como escalador não começou e terminou no cume do Everest, quando foi o primeiro brasileiro a conquistar esse feito. Mas continuou pelas montanhas do mundo inteiro, lhe dando um currículo que qualquer empresa não pensaria duas vezes em contrata-lo. Não é só isso, Waldemar trata seu negócio com extremo profissionalismo, mas aquele website, naquele dia, nos deu uma a grande lição de que uma “volta ao mundo” não iria nos alimentar com experiências, histórias e metáforas para nossos livros, exposições e palestras por toda nossa vida. Era preciso buscar mais, se aventurar mais, arriscar mais, cair na estrada novamente, e novamente, e novamente…
Planejamos por um ano e meio e nesse tempo reconstruímos nosso Land Rover Defender 130 em parceria com a Victória Motorhomes. Dessa vez foi da forma que sonhávamos – com mais espaço, menos peso, prático e melhor isolado. Essa segunda viagem nós queríamos mesmo deixa-la mais excitante e decidimos levar conosco um paramotor, com o intuito de fazer imagens aéreas com ele. Outros grandes desafios nos aguardavam no extremo norte do globo terrestre, acima da marca da Latitude 70 Norte, que por três vezes, uma em cada continente (América, Ásia e Europa), alcançaríamos dirigindo. Na Latitude 70 Norte as condições da natureza são extremas, quase não há presença humana e por isso há poucas estradas que dão acesso a ela. As demais empresas que acreditaram neste nosso projeto, intitulado Latitude 70, foram: Interbrasil SA, como patrocinadora oficial; Xthor, que gerencia todo nosso conteúdo na internet e Sol Paragliders, com equipamentos de voo.
O Mapa abaixo mostra em linhas brancas o itinerário de nossa primeira viagem, em linhas pretas o que realizamos até o momento na segunda viagem e em linhas vermelhas o que temos planejado pela frente.
Nessa viagem, até o momento, nós estivemos em 31 países, rodamos mais de 113.000 km, em 929 dias.
Encalhamos quando tentávamos um encontro com a onça-pintada no pantanal brasileiro.
Sobrevoamos de paramotor o maior deserto de sal do mundo, o Uyuni na Bolívia.
Dirigimos a Estrada da Morte com seus precipícios de mais de 700 metros de altura na Bolívia.
Tivemos que desistir, a menos de 300 metros do cume do Huayna Potosi (6.088 metros de altitude) na Bolívia pois as mãos e pés da Michelle estavam prestes a congelar.
Tivemos a péssima experiência de termos todos os nossos equipamentos roubados na Colômbia.
Acampamos por uma semana ao lado da Ponte das Américas, onde vimos dezenas de navios saindo do Canal do Panamá.
Nos deliciamos com as praias do Caribe.
Estivemos as margens da cratera de um vulcão ativo na Nicarágua.
Fomos em busca do quetzal, um dos pássaros mais lindos do mundo em Honduras.
Nos encantamos com as comemorações de Páscoa em Antigua na Guatemala.
Vimos do céu a terceira maior pirâmide do mundo em Teotihuacan no México.
Conhecemos diversos parques naturais dos Estados Unidos e Canadá.
Levamos um susto quando pegou fogo no motor do Lobo nos Estados Unidos.
Saímos a procura de ursos, alces e renas no Alasca.
Vimos lindas auroras boreais nas regiões nórdicas das Américas e Ásia.
Enfrentamos -55C no lugar mais frio do mundo permanentemente habitado no Extremo Leste da Rússia.
Dirigimos mais de 900km sobre rios e lagos congelados na Rússia.
E muitos outros quilômetros por estradas de inverno na companhia dos caminhoneiros russos.
Nos perdemos nas estepes da Mongólia.
Sobrevoamos de paramotor centenas de gazelas.
E vivenciamos um pouco da vida nômade mongol.
Experimentamos comidas exóticas na Ásia, como escorpião na China.
Andamos de moto por entre formações rochosas escultóricas em Yangshuo na China.
Caminhamos por três dias nas Montanhas Tian no Quirguistão.
E também andamos de canoa em lagos cristalinos.
Dirigimos pela Rodovia Pamir no Tajiquistão, considerada uma das rodovias mais bonitas do mundo.
Imergimos na cultura intocada do Vale Wakhan no Afeganistão onde tivemos contato com as pessoas mais puras que nos deparamos em todas as nossas viagens.
Andamos pelo meio das antigas cidades da Rota da Seda com sua elaborada arquitetura no Uzbequistão.
Encalhamos em busca do Mar de Aral no Uzbequistão.
Exploramos, por terra e ar, a região do Manguistau no Cazaquistão, um dos lugares mais lindos que já estivemos.
Visitamos lindos monastérios na região do Cáucaso.
Enfrentamos nosso segundo inverno no Hemisfério Norte.
Dirigimos por estradas cênicas na Macedônia.
Nos sentimos pequenos diante da grandiosidade das ruínas gregas.
E ainda temos mais histórias para vivenciar e depois contar…
Já foram duas latitudes 70 conquistadas.
E estamos a caminho da terceira… na Noruega!
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POST de amanhã: o livro em inglês.
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